O Coliseu que o arquitecto Souto Moura projectou para a frente ribeirinha da cidade de Viana do Castelo vai aumentar o âmbito geográfico de serviço. O equipamento vai ganhar, muito em breve, um carácter regional, com a assinatura de um protocolo entre as várias autarquias da Comunidade Intermunicipal do Minho-Lima (CIM). O pavilhão multiusos muda também de nome, pela terceira vez, ganhando a designação definitiva de Centro Cultural de Viana do Castelo.
O Centro Cultural vai ser colocado ao serviço dos dez municípios agrupados na CIM através de um protocolo que vai ser assinado nas próximas semanas. A assinatura do documento, além de dar um carácter regional ao equipamento, deve garantir o sucesso da candidatura aos fundos comunitários essenciais para o reinício das obras de construção do imóvel. José Maria Costa diz que o facto do Centro Cultural de Viana do Castelo ir ser um equipamento regional é uma forma de “construir coesão” entre os dez municípios da CIM. A parceria foi a solução encontrada, dentro da CIM, para garantir a aprovação da candidatura a fundos comunitários que vai ser formalizada em meados de Abril. Recorde-se que a construção do até agora chamado Coliseu de Souto Moura está parada desde Fevereiro, por falta de verbas. A obra está orçada em 12 milhões de euros e já custou mais de 6,2 milhões, mas faltam os restantes sete milhões para a conclusão e arranjos exteriores. José Maria Costa acredita que a Autoridade de Gestão do Programa Operacional Regional do Norte vai ver que o projecto faz parte de uma estratégia de coesão territorial e acredita que o facto pode facilitar a aprovação da candidatura. Diz ainda que o protocolo é uma “estratégia de sustentabilidade do equipamento”.
O protocolo prevê a realização de eventos de âmbito regional, desde feiras e exposições, para a promoção do turismo, dos produtos tradicionais, do património e da cultura. Prevê ainda a realização de iniciativas de carácter desportivo. José Maria Costa diz que o espaço vai ter uma “programação diversificada” e coloca a possibilidade de realizar o Festival de Folclore Internacional Alto Minho no novo equipamento. Estão a ser trabalhadas parcerias, como por exemplo com a Fundação de Serralves, com a Ordem dos Engenheiros ou com o Palácio das Artes, em Braga. O novo equipamento vai poder receber eventos ligados à moda, para lançamento de novos estilistas, mostras de cinema e vídeo, exposições náuticas e iniciativas relacionadas com a Feira do Livro. O autarca socialista quer que o Centro Cultural tenha um grande impacto regional.
Os dez municípios da CIM decidiram, por unanimidade, classificar a obra do Centro Cultural como prioritária na lista de projectos que irão candidatar, a partir de 15 de Abril, à bolsa de mérito que o Governo criou para premiar as Comunidades Intermunicipais que tenham mais capacidade de execução dos fundos do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). A CIM é a única no país em condições de aceder “de imediato” a este reforço de fundos comunitários, por liderar a tabela do Observatório do QREN, com mais de 80% de execução financeira, atingida nos últimos três anos. A CIM vai apresentar à Autoridade de Gestão do Programa Operacional Regional do Norte um pacote de investimentos que ronda os 40 milhões de euros. Os avisos prévios dos concursos devem abrir em meados do próximo mês. Formalizada a candidatura, a Autoridade de Gestão do Programa Operacional Regional do Norte tem dois meses para decidir e começar a financiar. De acordo com a Câmara de Viana, as obras devem ser retomadas até Maio, para estarem concluídas até final do ano. O equipamento poderá começar a funcionar no Verão de 2012.
Fonte: Rádio Geice (31.03.2011)