A Romaria d'Agonia vai sofrer uma redução de 20 por cento no apoio da Câmara de Viana do Castelo, justificado pelo município com "os cortes que o Governo tem vindo a impor ao poder local".
O apoio que todos os anos a autarquia atribui à VianaFestas, entidade municipal responsável pela organização da romaria, sofrerá, segundo a proposta aprovada esta segunda-feira no executivo municipal, um corte de 50 mil euros face aos 250 mil euros de 2011.
A medida aplica-se apesar de a festa deste ano, que se realiza sempre em função do dia da padroeira, 20 de agosto, até contar com mais um dia do que no ano anterior.
A Romaria d'Agonia realiza-se este ano entre 17 e 20 de agosto, mas com menos dinheiro.
"Estou convencido que todos vão dar o melhor para que sejam as melhores festas de sempre. Mas não nos vão calar com os cortes financeiros que estão a fazer às autarquias", afirmou José Maria Costa, presidente da Câmara de Viana do Castelo.
A redução deste apoio terá reflexo nomeadamente na logística da festa, como nas bancadas para receber os milhares de forasteiros para os vários desfiles, mas também na iluminação.
"Não vamos ter, se calhar, as melhores condições de acolhimento para quem nos visita, para poderem usufruir da festa, vamos ter de cortar em coisas que davam qualidade", explicou José Maria Costa, admitindo que os cortes impostos pelo Governo ás autarquias estão a criar "grandes dificuldades na gestão corrente".
Segundo o programa da Romaria d'Agonia de 2012, ainda provisório, a festa encerra a 20 de agosto com o dia dedicado precisamente à padroeira dos pescadores, que promovem neste dia a habitual procissão ao mar e ao rio, juntando dezenas de embarcações.
A festa começa a 17 de agosto, sexta-feira, com a habitual saída à rua de meio milhar de mulheres, no Desfile da Mordomia. O dia seguinte é marcado pelo Cortejo Etnográfico, que habitualmente conta com mais de 4.000 figurantes, sendo mesmo um dos números principais da festa.
No domingo, 19 de agosto, o destaque maior vai para a serenata de fogo de artifício a partir da ponte Eiffel, do rio Lima e no ar.
"Não queremos perder o essencial da festa, que a torna uma afirmação turística de Viana do Castelo, mas vamos ter de fazer a poupança. Sem perder aquilo que é a vida da nossa festa", rematou o autarca.
Segundo dados oficiais, a festa leva todos os anos a Viana do Castelo cerca de um milhão de pessoas.
Fonte: Lusa