No passado domingo, dia 17 de junho, cumpriu-se a anual peregrinação ao Sagrado Coração de Jesus, que liga a cidade ao cimo do Monte de Santa Luzia. Esta tradição, que remonta ao ano de 1918, realiza-se após um voto da população de Viana do Castelo para que fosse poupada à epidemia pneumónica que na altura provocava muitos mortos na região.
Desde essa data, que ano após ano, são aos milhares os peregrinos que a pé e em oração, percorrem o trajeto desde a cidade até ao Templo, para cumprirem as mais variadas promessas.
Manda a tradição que após a missa campal celebrada em frente ao templo dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, as famílias se reúnam a almoçar nos espaços em redor do Santuário.
Este costume, que na minha juventude era seguido por inúmeras pessoas, levava a que um elemento da família se deslocasse de madrugada ao cimo do monte de Santa Luzia para “reservar” o melhor espaço para se “estender a mesa no chão”. Presentemente, segundo me contam, são em número mais reduzido as pessoas que levam o “farnel”, preferindo ir almoçar a casa ou nos restaurantes da cidade.
A foto em baixo (cedida por um amigo), tirada há mais de 40 anos por um dos fotógrafos à la minute ainda hoje habituais junto ao templo de Santa Luzia, regista uma família vianense que no dia da peregrinação se deixou fotografar para a posteridade. Esta fotografia, além de nos evidenciar o casal com os seus 7 filhos (coisa rara nos tempos que correm), mostra-nos também o cesto com o respectivo almoço, o “inseparável” garrafão de vinho e o imprescindível rádio portátil para animar o ambiente.