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Terrenos da Somartis vão dar lugar a um hotel, supermercado e restaurante



O grupo holandês Ten Brinke vai investir cerca de 18 milhões de euros num empreendimento que inclui um hotel, supermercado e restaurante, nos terrenos de uma empresa de tapetes fundada nos anos 60, entretanto encerrada.

"Contamos iniciar a construção do empreendimento a partir de meados de junho para até final do ano concluir, pelo menos, dois dos três operadores: o supermercado e do restaurante", disse hoje à agência Lusa, Francisco Coelho, diretor de projetos da Ten Brinke em Portugal.

Segundo aquele responsável, "o projeto de loteamento para instalação de três operadores nos terrenos da antiga Somartis já foi aprovado pela Câmara de Viana do Castelo".

"Podemos avançar para a aquisição dos terrenos, sendo que ainda falta apresentar o projeto urbanístico do loteamento para obtermos o alvará de construção", especificou.

Francisco Coelho escusou-se a avançar, nesta fase, as marcas do supermercado, do restaurante de ‘fast-food' e do hotel que integram o projeto.

O responsável explicou que o empreendimento a instalar em Viana do Castelo "é o segundo investimento do grupo holandês em Portugal".

"No final de março, contamos abrir um hotel de 3 estrelas, do grupo hoteleiro francês B&B, em Matosinhos, num investimento de 10 milhões de euros", especificou.

À Lusa, o vereador com os pelouros do Planeamento e Gestão Urbanística, Reabilitação Urbana e Desenvolvimento Económico, Luís Nobre, disse ter assinado o "despacho de deferimento do projeto de loteamento, faltando a emissão do alvará de construção".

Em causa estão 13 mil metros quadrados de terreno, situados na entrada norte da cidade, junto à Estrada Nacional (EN), onde está instalado o armazém da empresa Somartis, fundada nos finais dos anos 60 por um engenheiro belga que veio trabalhar como consultor de métodos de trabalho nos extintos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC).

Na altura, a empresa, muito procurada por espanhóis, chegou a ter uma fábrica de tapetes que foi, entretanto, desativada. Atualmente, funcionava apenas como armazém de venda de tapeçaria e artesanato.

Nos anos 80, a aposta do empresário na exposição de animais raros, como tigres, lamas, macacos entre outros, era motivo de verdadeiras romarias à Somartis.

Em janeiro de 2020, contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, admitiu ser "importante revitalizar aquela zona de entrada da cidade".

"É uma área de terreno considerável que não está rentabilizado, faz todo o sentido que haja um projeto para revitalizar o tecido urbano da zona onde está situada aquela antiga unidade industrial de tapetes. Atualmente já não tem a atividade que de há uns anos", referiu.

Segundo José Maria Costa, trata-se de uma zona da cidade "com boas acessibilidades" e que o "projeto de requalificação apresentado tem algumas funções que fazem falta numa zona urbana".

"Estamos a analisar o pedido do ponto de vista urbanístico. É um investimento importante e, nesta fase, em que é preciso reativar a economia, é um investimento que estamos a acompanhar com muito interesse", referiu na ocasião.

A empresa Somartis foi, em 2001, a última concessionária do elevador de Santa Luzia antes de adquirido, reabilitado e reativado pela Câmara de Viana do Castelo, em 2007.


Notícia da LUSA de 2021.01.21

Comentários

  1. Um pouco da alma de Viana que é destruída, nada fica como recordação, lugar ao supérfluo, ao modernismo, à vida isenta de espiritualidade, aos pontos de referencia. Bem, é minha opinião.

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